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Até que enfim...tanto tempo sem computador fez com que as saudades apertassem . Pois é, muita coisa aconteceu desde a última vez que conversámos.
Vou começar pelas férias, estas foram maravilhosas, não, não fomos para o Brasil ficamos por Espinho, mas foram maravilhosas porque qualquer coisa feita na companhia do meu bebé é bom. Só foi pena o Miguel não ter estado connosco o tempo todo, pois não teve férias porque as tirou quando o Miguelito foi operado.
Eu adoro praia e este ano não me posso queixar, pois fiz dois meses de praia e parece que o Miguelito sai à mãe, adora brincar na areia,mas herdou o gosto pelo mar do pai, se o deixássemos entrava pelo mar.
Conquistou a vizinhança das barracas do lado, toda a gente falava com ele, todos lhe perguntavam:
-Como faz o avô, Miguelito?
E ele fazia o gesto que estava a fumar, pois num fim de semana que o meu pai veio cá visitar-nos ele olhou para ele e imitou-o a fumar. É muito observador aprende tudo o que vê.
Mobilizava toda a gente para o passearem no areal. Passaram muito rápido estes dois meses de praia e como estava sempre a contar os dias, pois já sabia que se aproximavam dias difíceis ,ainda foi pior.
Quando falo nos dias difíceis, falo na ida do Miguel para a creche, mas antes de passar para este capítulo complicado ainda vos quero falar de outras coisas.
Apesar de não termos tido umas férias como merecíamos divertimo-nos muito, imaginem que até fomos a um passeio de autocarro, a Seia ao Museu do Pão, podem pensar que somos loucos, mas o Miguel adorou. Andámos num comboio turístico e foi uma festa, desde cantar o Apita ao comboio ao Quim Barreiros foi demais, o Miguelito estava doido, batia palmas dançava, foi uma alegria, sim somos uns barraqueiros...
Outra aventura foram as festas de Verão na terra da minha mãe, três dias de farra, no último dia imaginem que almoçámos na festa naquelas tascas que se fosse lá a ASAE fechavam -na só de olhar, aquelas tascas onde tudo é feito às três pancadas, mas tudo nos sabe bem, o vinho parece ter sabido muito bem ao Miguel e ao meu irmão, pois só vieram embora porque as pessoas queriam «arrumar a barraca»... imaginam como ficaram. Quando era mais novita eu e as minhas primas não dispensávamos as festa do Avelal, íamos todas para casa dos meus avós e era só dançar, gosto muito das festas tradicionais e gostava que o Miguelito continuasse com a tradição. Fomos à famosa Feira de S. Mateus e o Miguelito andou pela primeira vez de carrocel, mais uma festa. É impressionante a alegria do Miguelito tudo para ele é uma festa... é farrento como os pais.
Mas o que é bom acaba depressa... chegado o mês de Setembro regressaram as idas aos médicos o Miguel fez nova Ressonância Magnética para verificar se está tudo bem e ainda não temos noticias do contrário.
Fomos ao neurologista do Miguel que agora é o Doutor Josué, pois a Doutora Alexandra Adms já não se encontra no hospital, esse dia foi para esquecer, pois tínhamos consulta para as 11:30h e só saímos do HSJ às 15h. Agora estamos à espera para fazer um Raio X para verificar se o Shunt não se desregulou ao fazer a Ressonância, ele está regulado para uma pressão e com o exame pode ter desregulado, para quem não está dentro do assunto, imaginem uma torneira que está a deitar água que podemos abrir mais ou menos, o Shunt é igual está a tirar a água da cabeça do Miguel e pode ser regulado para esta sair mais ou menos.
Este mês foi o mês que eu tanto temia, a ida do Miguel para a creche, iniciamos uma busca mais ao menos às escuras, perguntamos informações a esta e aquela pessoa, mas como todos nós sabemos o que agrada a uns não agrada a outros, mas no fim decidimos pelo Portugal dos Pequeninos.
Estava com muito medo da reacção do Miguelito, pois foram 15 meses sempre comigo, dediquei todo o meu tempo ao Miguel onde eu ia ele também ia, andávamos sempre colados. Mas como sempre o Miguel surpreendeu -nos, adorou ficar na escolinha, quis logo ir para junto dos meninos brincar, quando lhe disse xau ele atirou -me beijinhos e disse xau, fiquei muito feliz, no entanto, chorei tanto...
Nos dias seguintes tudo correu bem até um dia que se agarrou a mim a chorar, os meus olhos encheram -se de água, mas vim -me logo embora, foi horrível.
Quando o vou buscar fica tão feliz, tão feliz que me dá abracinhos e carinhos consecutivamente, é maravilhoso sentir todo este amor.
O Miguel continua maravilhoso é um autêntico papagaio tudo o que vê imita é muito carinhoso, alegre, simpático e comunicativo.
Cada dia que passa o amo mais se isso é possível.